JF de Vilela, São Cosme e São Damião e Sá JF de Vilela, São Cosme e São Damião e Sá

História

Vilela – Arcos de Valdevez

Informação Sumária Padroeira: Santa Maria. Habitantes: 196 habitantes Sectores laborais: Agricultura. Tradições festivas: São Gonçalo (10 de Janeiro), Santo António (13 de Junho), Senhora de Fátima e Senhor do Monte (Agosto). Valores Patrimoniais e aspetos turísticos: Igreja Paroquial e Ponte Romana, Senhor do Monte, rio Vez com praia fluvial, Monte do Viso e do Sino Salomão. Gastronomia: Rojões, cozido à portuguesa e cabrito assado. Artesanato: Croças e rocas. Coletividades: Rancho Típico e Folclórico de Vilela. Resenha Histórica As marcas da história desta terra encontram-se nos montes de Viso e Sino Salomão, onde vestígios de civilizações antigas são de notar, mas é na ponte Romana, que faz ligação entre margens do Rio Vez nesta Freguesia de Vilela, que se observa o passado milenar desta terra. Diz Pinho Leal, que “Vilela nunca foi vila, mas outrora pertencia ao termo da antiquíssima e extinta vila das Choças, cuja sede se ignora. A tradição apenas diz que compreendia as aldeias das Choças de Cima, hoje pertencente à freguesia de Álvora (a das Choças de Baixo, hoje da freguesia de Aboim das Choças) e uma porção de terreno a oeste do rio Vez, nesta paróquia de Vilela — cujos habitantes não querem se denomine de Vilela das Choças porque uma das tais aldeias assim denominadas foi um medonho covil de ladrões. Só em um ano dali foram sete degredados para África!... “. “Diz também a tradição que a tal vila de Choças tomara o nome das Choças, casebres ou tendas, onde por estes sítios bivacaram os exércitos de D. Afonso Henriques e de D. Afonso VII de Leão em 1128 ou 1129, por ocasião da batalha de Valdevez”. “Esta paróquia é banhada pelo rio Vez e pelo regato dos Curtos (talvez Curutos) ou dos Pinheiros, confluente do Vez, e tem neste rio uma ponte de pedra e vários moinhos.” 

No livro “ Inventário Colectivo dos Arquivos Paroquiais vol. II Norte Arquivos Nacionais/ Torre do Tombo” pode ler-se: A primeira referência conhecida a esta igreja data de 1066. Alude-se também a ela na doação feita por D. Sancho I a F. Fernandes de metade “illius ecclesiae que vocatur Saneta Maria de Villela”. Em 1258, na lista das igrejas situadas no território de Entre Lima e Minho, elaborada por ocasião das Inquirições de D. Afonso III, Vilela, então denominada “Santa Maria de Vilela de Valdevez” é citada como uma das igrejas pertencentes ao bispado de Tui. Em 1320, no catálogo das mesmas igrejas, que o rei D. Dinis mandou elaborar, para pagamento de taxa, Santa Maria de Vilela foi taxada em 80 libras. Em 1444, a comarca eclesiástica de Valença foi desmembrada do bispado de Tui, passando a pertencer ao de Ceuta até 1512. Neste ano, o arcebispo de Braga, D. Diogo de Sousa, deu a D. Henrique, bispo de Ceuta, a comarca eclesiástica de Olivença recebendo em troca a de Valença do Minho. Em 1513, o papa Leão X aprovou a permuta. Quando, entre 1514 e 1532, o arcebispo D. Diogo de Sousa mandou avaliar os 140 benefícios eclesiásticos incorporados na diocese de Braga, Vilela rendia 39 réis, uma libra de cera e 50 alqueires de pão terçado. Na avaliação efetuada em 1546, sendo arcebispo D. Manuel de Sousa, o estipêndio desta igreja foi calculado em 30 mil réis. Na cópia de 1580 do Censual de D. Frei Baltasar Limpo, Vilela era da apresentação do mosteiro de Fiães. Era abadia do ordinário em 1706. Em 1834 era da apresentação da Mitra.

São Cosme e São Damião – Arcos de Valdevez

Informação Sumária Padroeiro: São Cosme e São Damião. Habitantes:222 habitantes. Atividades económicas: Agricultura e pequena indústria. Festas e romarias: Senhor dos Aflitos (Domingo de Pentecostes), Santo António (13 de Junho) e São Cosme e São Damião (26 de Setembro). Património cultural e edificado: Igreja de S. Cosme, Casa da Mourinha e Casa da Dona Beatriz e Quinta da Capela. Resenha Histórica Em 1258, na lista das igrejas situadas no território de Entre Lima e Minho, elaborada por ocasião das Inquirições de D. Afonso III, é citada como sendo uma das igrejas pertencentes ao bispado de Tui. Aí refere-se apenas a igreja de "Cosmadi". Em 1320, no catálogo das mesmas igrejas, mandado organizar pelo rei D. Dinis, para determinação da taxa a pagar, a igreja de "'Sancti Cosme de Girei" foi taxada em 60 libras. Em 1444, a comarca eclesiástica de Valença foi desmembrada do bispado de Tui, passando a pertencer ao de Ceuta, até 1512. Neste ano, o arcebispo de Braga, D. Diogo de Sousa, deu a D. Henrique, bispo de Ceuta, a comarca eclesiástica de Olivença, recebendo em troca a de Valença do Minho. Em 1513, o papa Leão X aprovou a permuta. No registo da avaliação efetuada em 1546, sendo arcebispo D. Manuel de Sousa, São Cosme tinha anexa São Martinho de Cabana Maior. Conjuntamente com esta rendia 40 mil réis. Na cópia de 1580, do Censual de D. Frei Baltasar Limpo, São Cosme de Valdevez aparece como sendo anexa a São Martinho de Cabana Maior. Segundo Américo Costa, foi abadia dos viscondes de Vila Nova de Cerveira, da apresentação do arcebispo.

Sá – Arcos de Valdevez

Informação Sumária Padroeiro: S. Pedro Habitantes: 175 Atividades laborais: Agricultura. Festas e romarias: S. Pedro (29 de Junho) e Festa das Imagens (Agosto) Valores patrimoniais e aspetos turísticos: Igreja Paroquial de Sá e Quinta da Capela, Praia fluvial e Moinhos no Rio Vez. Resenha Histórica A sua história remete-nos para 1258, quando na lista das igrejas situadas no território de Entre Lima e Minho, elaborada por ocasião das Inquirições de D. Afonso III, São Pedro de Sá é citada como uma das igrejas pertencentes ao bispado de Tui. Em 1320, no catálogo das mesmas igrejas, que o rei D. Dinis mandou organizar para o pagamento de taxa, foi taxada em 30 libras. Em 1444, a comarca eclesiástica de Valença foi desmembrada do bispado de Tui, passando a pertencer ao de Ceuta em 1512. Neste ano o arcebispo de Braga, D. Diogo de Sousa, deu a D. Henrique, Bispo de Ceuta, a comarca eclesiástica de Olivença, recebendo em troca a de Valença do Minho. Em 1513, o papa Leão X aprovou a permuta. Quando entre 1514 e 1532, o arcebispo D. Diogo de Sousa mandou avaliar os cento e quarenta benefícios eclesiásticos incorporados na diocese de Braga, o rendimento de Sá era de 39 réis, uma libra de cera e cinquenta alqueires de pão terçado. Na avaliação destes benefícios, realizada no tempo do arcebispo D. Manuel de Sousa, em 1546, a remuneração de São Pedro de Sá era de 12 mil réis. Na cópia de 1580 do Censual de D. Frei Baltazar Limpo, São Pedro de Sá era anexa perpetuamente à câmara arcebispal, tendo sido anteriormente anexa à capela de Álvora. Em termos administrativos pertencia, em 1839, à comarca de Ponte de Lima e, em 1852, à de Arcos de Valdevez.

Biografias associadas:

São Gonçalo Santo Gonçalo de Amarante, também conhecido como São Gonçalo de Amarante, eclesiástico português considerado beato pela Igreja Católica, gozando de grande devoção popular, que o considera "santo". A forma correta de o denominar é Beato Gonçalo de Amarante. Nasceu no concelho de Vizela, onde existe a capela dedicada a São Gonçalo. Foi confiado a um sacerdote e sob sua direção iniciou os estudos. Era modesto e esforçado em se aperfeiçoar na vida cristã e progredia nos estudos. Entre outros, foram estes os motivos principais que moveram o arcebispo de Braga a admiti-lo, como seu familiar, vindo a ser ordenado sacerdote e nomeado pároco da freguesia de São Paio de Ribavizela. Tinha grande vontade de visitar os túmulos dos apóstolos São Pedro e São Paulo e obtida a licença do seu bispo, deixou os seus paroquianos ao cuidado dum sobrinho sacerdote e peregrinou a Roma e depois passou a Jerusalém e demais terras da Palestina, onde se demorou catorze anos. Quando regressou, o seu sobrinho, além de o não aceitar e não reconhecer como verdadeiro e legítimo pároco, escorraçou-o de casa e conseguiu, mediante documentos falsos, provar ao arcebispo D. Silvestre Godinho que Gonçalo morrera. Resignado com semelhante atitude, deixou S. Paio de Ribavizela e foi pregando o Evangelho por aquelas terras até à margem do Rio Tâmega, vindo a encontrar o lugar onde hoje é a cidade de Amarante. Viveu dedicado à pregação e à vida de oração, falecendo a 10 de Janeiro de 1262. 

Santa Luzia Protetora das doenças dos olhos Santa Luzia (ou Lúcia) nasceu na cidade de Siracusa – Itália no ano 283 d. C. O seu pai, de nome desconhecido, morreu quando Luzia era pequena, a sua mãe, Eutíquia, era uma mulher de família cristã nobre, abastada e possuidora de muitos latifúndios.

Luzia foi criada dentro dos sentimentos de piedade e da religião. Eutíquia desejava que Luzia contraísse matrimónio com um jovem de distinta família, mas pagão. Luzia pediu a sua mãe que lhe concedesse um certo prazo para melhor amadurecer sua solução de castidade pela oração. Neste tempo, Eutíquia adoeceu de um mal terrível sem que houvesse esperança de recuperar a saúde, Luzia convidou-a a ir para cidade de Catânia, para rezar junto ao túmulo de Santa Águeda, santa famosa em operar curas e milagres. Depois de ter passado algum tempo em oração, Luzia volta para Siracusa com a mãe completamente curada e recebe novamente a proposta de casamento. Luzia faz o pedido a sua mãe para que lhe conceda entregar-se a Jesus Cristo. A mãe permitiu, e a partir deste momento, as duas começaram a trabalhar juntas pelos pobres e necessitados. Prevendo uma vingança e o martírio, Luzia distribuiu seus bens aos pobres. O jovem que nutria a esperança de casar com Luzia, tendo a notícia da obstinada recusa e do gesto em favor dos pobres, transformou o amor em ódio e denunciou-a perante o Governador Pascásio, de dois crimes: de não ter cumprido a palavra e de ser cristã, e, portanto, desprezadora dos deuses nacionais. Luzia foi incursa nas leis que mandavam punir rigorosamente os seguidores do Novo Evangelho, pois, neste tempo havia perseguição do Imperador Diocleciano aos cristãos. Deus preservou Luzia de maneira miraculosa tornando-se presa na terra a fim de que nenhuma força humana a removesse do local. Furioso com o acontecido, o Governador Pascásio mandou que ela fosse queimada após ser envolvida com piche e resinas inflamáveis. Mesmo assim, Luzia não morreu, o Governador envergonhado, mandou que ela fosse torturada e ferida a ferro frio. Depois disso, os amigos cristãos de Luzia levaram-na para casa, e ela, assistida piedosamente em agonia, expirou entregando o seu espírito ao Divino Esposo, depois de ser confortada pela Sagrada Comunhão a 13 de Dezembro de 304 d.C. Os seus restos mortais foram guardados em Siracusa com grande devoção dos fiéis, depois foram transportados para Constantinopla com as devidas honras, e, por fim levados para Veneza, onde até hoje são piedosamente venerados. O culto a Santa Luzia espalhou-se por toda a Itália e mais tarde por toda a Europa e outros continentes. Só em Roma havia vinte igrejas dedicadas à Santa Luzia, é invocada como protetora contra as doenças dos olhos. Provavelmente, esta conexão se deve ao fato de que o nome de Luzia, em latim, se liga à palavra “luz”. 

São Pedro Apóstolo Pedro nasceu com o nome de Simão, em Betsaida, na Galileia, e era irmão de André, que também se tornou apóstolo. Era um pescador, casado, com pelo menos um filho e morava em Cafarnaum. Conheceu Jesus quando este pediu para utilizar um dos seus barcos para poder pregar para uma multidão que o aguardava. Pedro estava a lavar as redes com Tiago e João porque a pesca não tinha sido boa. Depois da pregação, Jesus disse-lhe para sair novamente com o barco, mesmo descrente, Pedro concordou e quando retornou as redes estavam cheias. Jesus então disse-lhe que se tornaria "pescador de homens". Depois de convertido, desempenhou um papel importante entre os apóstolos e testemunhou muitos dos milagres de Jesus. Durante o processo que culminaria na crucificação de Jesus, Pedro chegou a negar conhecê-lo, o que é tido como um ato de fraqueza, mas foi a ele que Jesus apareceu primeiro depois de ressuscitado. Após a Ascensão, escolheu Matias para substituir Judas Iscariotes, fez o seu primeiro sermão no Dia de Pentecostes e iniciou sua peregrinação a Antioquia e Síria. Em Jerusalém encontrou-se com Paulo de Tarso e foi preso por ordem do rei Herodes Agripa I. Enviado a Roma, onde fundou uma comunidade cristã, da qual foi bispo. Por ser o primeiro bispo de Roma é considerado o primeiro papa. Foi condenado à morte pelo imperador Nero, assim como Paulo, mas, não tendo a cidadania romana como este, foi crucificado. Segundo a tradição, de cabeça para baixo, por não se julgar digno de morrer como Jesus Cristo. Provavelmente isso ocorreu entre 64 e 67 d.C. O seu túmulo encontra-se na catedral de São Pedro, no Vaticano.

Rio Vez Rio Português O Rio Vez está localizado na falda da Serra do Soajo no Parque Nacional da Peneda-Gerês, Portugal. O rio atravessa Arcos de Valdevez onde se realizou o famoso Torneio de Valdevez que está na origem da Independência de Portugal. É o principal afluente do Rio Lima, na margem direita e as suas águas são ricas em truta, facto que atrai numerosos entusiastas na época da pesca. Pertence à bacia hidrográfica do rio Lima e à região hidrográfica do Minho e Lima. Tem um comprimento aproximado de 36 km e uma área de bacia de aproximadamente 263,3 km².




A FREGUESIA NAS MEMÓRIAS PAROQUIAIS

VILELA
Villella. Breve memoria do termo dos Arcos de Valle de Vez e particularmente da freguezia de Nossa Senhora da Conceição de Vilela, em resposta aos interrogatorios impressos, que me foram entregues a 26 de Março de 1758. Está situado o conselho dos Arcos em 42 graos ao Norte, partindo por esta parte com os termos de Monção e Valladares, pello Sul com o da Barca, pello Nascente com o de Soajo e pelo Poente com o de Coura e Refojos de Lima. Tem de comprido seis legoas, tomando o seu principio no monte do Calcado e o fim junto a Refojos de Lima. Consta de 49 freguezias, de que 30 são abbadias, duas reitorias e 17 vigairarias. Hé senhor donatario o Bisconde de Villa Nova de Cerveira, vulgarmente chamado de Ponte de Lima, a quem se pagam varios foros e dias de geira para a cultura da quinta da Giela, adonde este senhor tem huma nobre caza e antiga, chamada o Paço de Giela, cuja descripção antiguidade e privelegios com ampla noticia há-de dar o reverendo abbade da dita freguezia e o da villa dos Arcos dirá quem deu o foral à dita villa. Hé governada por hum juiz ordinario que uza de vara branca e por [conceissão] dizem, particular occupação, que anda pellas pessoas principais do conselho, servindo-a alguns sogeitos de fora e filhaçoens antigas, três veradores, hum escrivão da camera, pessoas nobres, seis escrivaens do publico, hum procurador do conselho, hum alcaide menor, hum meirinho e dois porteiros, hum juiz dos orfãos e seu escrivão. Faz-se elleição dos juizes ordinarios, vereadores e procuradores de três em três annos, cujas pautas alimpa o corregedor de Vianna. Não pude saber athé o prezente, se as justiças são por El Rei, se pelo Bisconde, porque tenho visto em papéis publicos de deverssos juizes, huns porem por El Rei outro pelo Bisconde. Pertence o termo à correição e provedoria de Viana e no ecleziastico à comarca de Vallença. Prove em concursso oito abbadias e huma reitoria, fora de concursso huma abbadia que hé da camera dos senhores Arcebispos. Aprezenta o Bisconde em todo o termo 13 abbadias in solidum e huma por alternativa, aprezenta mais dois beneficios simples, hum da ametade dos fructos das abbadias de S. Eulalia e Prozelo, que renderá seiscentos mil réis, outro da ametade dos fructos das abbadias de S. Jorge, Oliveira e Valle, que já andou arrendado em dois mil cruzados, as mais pertencem a diversos padroeiros. Os fructos dominantes que produz o termo são milho grosso e vinho, produz mais trigo, centeio, muitos linhos, todo o genero de frutas, laranjas, limoens, peras, maçans, figos, ameixas, pecegos, gingas, cerejas, etcª, todo o genero de hortaliças, repolhos, tronchudas, alfaces, chicorias, meloens, melancias, aboberas e alguns lacticinios, em cassa e pesca dos rios Vez e Lima. Há em todo o termo sogeitos de esclarecida nobreza e filhaçoens antigas, mas como há muitos igualmente illustres, todos pertenderão ser nomeados em primeiro lugar e esta refleção me surprende aqui a penna. Hé o termo patria de dois alcaides mores, Simão Antonio da Rocha de Britto e Aguiam, alcaide mor do castelo de Aboim de Nobrega e villa da Barca adonde nomeia alcaide menor, hé senhor da caza e torre de Aguiã, João Bento Soares Pimenta, alcaide mor da villa de Barcelos, adonde já o tinha sido seu pai Paschoal Pimenta Soares, comendador de […]. He João Bento Soares Pimenta, senhor da caza de Villa Verde, hum dos mais bem instruidos cavalheiros da Provincia, muito douto na historia antiga e moderna, com huma boa noticia destes livros muito clara. Tem largo conhecimento da lingoa Latina e Franceza e por todas as suas prendas e qualidade se fez muito recomendavel e destinto. São quazi todos os cavalheiros deste termo naturalmente inclinados a saberem-se por bem a cavalo e por isto em todos os festejos que se fazem na Provincia deste genero, se destinguem e conhecem entre os mais, sendo tãobém instruidos nesta arte que convocando-se de hum dia para o outro sem ensaio tem mostrado em muitas e deversas occazions em cavalhadas, tirar de lanças [alcancias], canas, etcª quanto excedem nella prenda a todos os mais cavalleiros da Provincia. Ainda que a maior parte das povoaçoens deste termo, estão situadas junto das margens dos dois rios Vez e Lima em hum deliciozo e fertil valle e não deixa com tudo de ter huma elevada serrania pela parte de Nascente que confina com o termo e couto de Soajo. Hé o mais alto cabeço desta serra o chamado Outeiro Maior, de cuja emenencia se vê a maior parte do Reino de Galiza e claramente correr muitas legoas os dois rios Minho e Lima athé desaguar este junto a Viana e aquele junto a Caminha no Oceano. Destingue-se em dia claro os sitios de Melgaço, Valladares, Monsão, Vallença, Villa Nova de Serveira e Caminha, praças situadas nas margens do Minho, que fazem frente a Galiza. Vê-se correr o Vez e desaguar no Lima e outros varios rios que entram nos dois. Vê-se o rio Cavado correr muitas legoas e desaguar no mar entre Fão e Espozende. Os que são praticos no país conhecem dali claramente os sitios de Braga, Guimaraens, Porto e de outras muitas povoaçoens, não só da Provincia do Minho e Trás os Montes devizando nesta a serrado Marão junto a Villa Real e outras muitas mas ainda na da Beira conhecendo a serra da Estrela e diverssas outras. Vem-se os grandes rios de Galiza, muitas legoas de praia neste Reino e muitas mais no do nosso Portugal em o mesmo Oceano. Finalmente se a debilidade e fraqueza da vista homana não impedisse ao longe a divizar povoaçoens, serras, cabos, promontorios, etcª persuado-me que este seria o unico sitio do Reino para o estar vendo todo, mas ainda assim quando cabe na capacidade da vista homana, parece-me que em nenhuma outra parte se pode ella extender mais ao longe para todas as quatro partes do mundo, nem que haja mirante mais acomodado para examinar athé donde pode chegar a potencia vizivel. Bem pode naxer esta conjectura (ao parecer excessiva) do meu limitado conhecimento, mas eu não pertendo aqui dizer, senão o juizo que fiz quando subi a este elevado monte adonde me convidou a curiozidade. Sendo este cabeço, como já disse, o mais elevado de toda a serra e por isso o mais desabrido, adonde primeiro cahe neve e mais tempo se detem, hé digno de notar com vagar a grande quantidade de pedra primorozamente lavrada e escodada que ali se vê, com a qual me persuado se podia edificar hum dos maiores palacios que habitam quaisquer dos grandes senhores deste Reino, vestigios sem duvida da grandeza e magnificencia da obra que ali se pertendia fazer, muito mais em tempos que os edificios eram menos sumptuozos que hoje vemos. Acham-se ali pedras de varias molduras, rostos homanos e outras miudezas de que me não lembro por terem já passados alguns annos depois que fui aquelle sitio e hoje examinaria melhor se a occazião me permitisse lá tornar. São varias as tradiçoens que há do sogeito que mandava fazer esta obra e dezignio que tinha em a mandar fazer neste sitio tão dezabrido, mas como na epoca do annos não posso acomodar estas tradiçoens ou aliás seria necessario huma mais escrupuloza indagação e particular exame naqueles antigos monumentos de pedra, deixo de referi-las aqui obrigando-me também a esta omissão as tais tradiçoens claramente viciadas pello vulgo que refere encantos, superstiçoens e outras babozeiras semilhantes. Duas couzas me pareceu que naturalmente aqui se podem conjecturar enquanto não aparecem documentos que provem o contrario, a primeira hé que tanta quantidade de pedra, tãobém lavrada excede a prozunção de que a mandava fazer qualquer pessoa particular e muito menos em hum tal sitio, ficando mais natural ser o designio de obra de algum Princepe Mouro no tempo que habitaram as Hespanhas, a segunda hé que a elleição do sitio parece não ser feita senão pella recreação da vista que tem, isto hé das terras, rios e mar que descobre. Parece-me violento conjecturar qual fosse o motivo de não continuar ou pôr em execussão a obra, mas também podrá ser o fazer-se ella no tempo da expulsão dos Mouros, quando fosse desta nação o que a pretendia fazer e apanhado na factura dela ou também parar com a morte de quem a mandava fazer, couza ordinaria de muitos edificios que hoje vemos por acabar. Para fundamento de que seria algum Princepe Mouro o que mandava fazer esta obra concorre tãobém esta conjectura, legoa e meia para o Norte, destricto da freguezia de Cabreiro, donde também hé Outeiro Maior, distante da igreja hum quarto de legoa, está hum cabeço de monte chamado o Crasto em que ainda hoje se vem, não só alicerces, mas muros fora da terra de huma largura consideravel e de que fora povoação de Mouros, hé tão constante a credulidade de seus vezinhos, como bem sabida a cobiça com que em diverssos templos ahi se tem buscado thezouros, hé o circuito dos muros bastantemente dilatado e no seu ambito aparecem muitos telhoens e debaixo da terra alguns fornos e outras varias couzas. Eu vi em caza do reverendo João de Souza Miranda, abbade de Cabreiro, huns instrumentos de metal achados neste sitio, obra da arte, mas não pude intender para que ministerio foram feitos pella sua desconhecida figura. Também hé fama constante que no ambito destes muros, em tempos pouco antigos, se divizava huma grande cova que penetrando todo aquelle Outeiro hia ter ao braço da parte do Sul do rio Vez, cujas agoas tinham as raizes daquele monte. Agora dissera eu, como tão perto de Outeiro Maior se não acham vestigios de outra povoação tão grande e antiga, pode-se conjecturar que nella habitaria quem mandava fazer aquella sumptuoza obra e sendo serta a tradição que até fora huma cidade de Mouros, com algum fundamento parece probavel que o edificante era Princepe Mouro. Os lugares que ficam mais vezinhos da serra, isto hé deste sobre todos mais elevado monte que por estas parte se conhece, Outeiro Maior, hé da parte do Nascente hum lugar que está meia legoa distante, chamado Roussas,que da Gabieira, curato [assude] de Soajo, outro da parte do Poente, chamado Boussas Donas que hé da freguezia de Cabana Maior, vigairaria anexa de S. Cosme em outra tanta distancia. A freguezia mais numeroza e que comprehende maior destricto em todo o termo, hé a do Salvador de Cabreiro com sua anexa. S. João de Sistelo, tem de comprido boas três legoas, de largo duas em partes. Partem os lemites destas freguezias com os termos das villas de Soajo, Valladares e Monsão. Parece-me que esta serra de que tenho falado hé a do Gerês continuada que entrando pello Reino de Galiza, torna a meter-se em Portugal no termo de Soajo e Crasto e vindo a este dos Arcos, continua pello Sul de Valladares e Monsão e passando depois pella Portela de Vez no termo de Coura de denominação a serra de Lamas, que pela parte do Poente desde este termo de de Couras, adonde já pertence a dita serra. Criam-se nos lemites da serra do termo dos Arcos, javalis em grande quantidade. No anno de 1756 matou João Manoel de Araujo e Azevedo, [capitao] mor de Valladares e seu irmão Luís Manoel de Araujo, oito entre elles hum, que eu vi e pezou mais de seis arobas, devo de passage notar aqui, que a gente vulgar deste termo chamam aos javalis, veados. Há no termo segundo o que me informam, sinco fojos, todos nos lemites da freguezia de Cabreiro e sua anexa, signal evidente dos muitos lobos que se criam em seus montados, criam-se mais corssas de que tenho visto duas pequenas que Luís Manoel de Araujo, mandou crear com leite de vacas em caza de seu tio, o reverendo João de Souza e Miranda abbade de Cabreiro e não só na serra mas em quazi todo o termo se criam rapozas, texugos, perdizes, lebres e coelhos. Tem a serra sitios abrigados e com agoa, que nos mezes de Junho, Julho e Agosto produzem muita erva agreste a que chamam feno e ahi tem cazas e cortes a que chamam brandas adonde nos referidos mezes vão [asestir] muitos moradores das vezinhanças da serra com seus gados e criaçoens, fazendo dos leites, natas e manteigas, que vendem pello termo. Há também na serra algumas egoas de criação e muito gado vacum que ahi pasta todo o anno e nos mezes de Verão quando estão mais gordos, só descem seus donos para vender ordinariamente para o açougue. No mês de Septembro cegam o feno ou erva no sitio das brandas e depois de seca enchem as cazas dellas e provizam que fazem para comer o gado nos mezes de Inverno. Os matos que ordinariamente produz, hé tojo e urze e tem não obstante no lemite da freguezia de Cabreiro meia legoa distante da igreja, hum sitio chamado o Ramiscal em que está hum bosque ou grande mata de varias qualidades de arbores, principalmente carvalho que tem de comprido mais de meia legoa de comprido e de largo em partes mais de hum quarto. Hé livre para quem nelle quer cortar madeiras ou lenhas, mas pela condução sahem muito caras e esta mesma deficuldade hé o que a conserva. Nasce e fenece o rio Vez dentro neste mesmo termo dos Arcos, tem seu principio no monte da Calcada em huma fonte chamada do Buraco e logo ahi apartando-se em dois braços se divide, hum para a parte do Sul e outro para o Norte, mas logo fazem seu cursso de Nascente a Poente. O da parte do Norte vem banhar legoa e meia abaixo terras da freguezia de Sistelo anexa de Cabreiro, que hé a primeira povoação que encontra depois do seu nascimento. No destricto desta parochia tem três pontes, cuja qualidade e nomes dirá o reverendo vigario, como também o numero dos moinhos que faz moer e levadas que delle sahem dahi para sima e depois de correr huma grande legoa se vem a juntar entre os limites das freguezias de Cabreiro e Loureda em o sitio chamado Porto Cornedo, com outro braço da parte do Sul que correndo dês o seu nascimento entre montes muito fundos um junto ao lugar de Cabreiro huma ponte de pedra de cantaria de dois arcos e da parte do Norte que hé mais pequeno, tem nas fiadas que formam o arco a seguinte inscripsão: […] Deixo a inteligencia da inscripção à grande capacidade e conhecimento de quem procura estas memorias, ainda que poderá fazer hum largo discursso sobre o que tenho estudado a este respeito para averiguar o anno em que foi feita esta ponte e quem a mandou fazer, ajudando-me para este fim da forma dos caracteres, dos nomes dos sogeitos que na inscripção se nomeam e da ultima dição dela em que se faz menção de Tui. No sitio pois de Porto [Cornedo], adonde se ajuntam os dois braços do mencionado rio, houve outra ponte de pedra de cantaria, não sei de quantos arcos, no anno de 1756 huma grande enchente levou hum arco desta ponte, que ainda se conservava inteiro, havendo mais de 80 annos, que o restante dela tinha padecido ruina. Daqui para baixo entra o rio nas terras fertilissimas dando o nome ao formozo Vale de Vez e banhando primeiramente de huma e outra parte terras das freguezias de S. Pedro de Sá e Loureda entra no destricto desta minha freguezia de Nossa Senhora da Conceição de Villela. Aqui me parece o lugar de fazer della a memoria que devo. Freguezia de Nossa Senhora da Conceição de Villela: Na Provincia do Minho, no Arcebispado de Braga Primaz das Hespanhas, comarca de Viana, termo da Villa dos arcos de Valle de Vez, quazi legoa e meia ao Norte desta villa, duas à da Barca, sete a Braga, dez a Guimaraens, quinze a Amarante, dezenove a Villa Real, três ao Sul da praça de Monsão e rio Minho, quatro ao Nascente de Ponte do Lima, sete a Viana, em hum dos mais avantajozos, se não hé o melhor sitio do valle, está situada a freguezia de Nossa Senhora da Conceição de Villela, em huma planicie banhada do rio Vez, que lhe serve de muro pella parte do Norte e Poente. Fertilizam seus campos e espaçoza veiga duas coriozas levadas, ambas tiradas do mesmo rio, a primeira hum quarto de legoa asima nos lemites da freguezia de Cabreiro, no sitio chamado Porto Cornedo, que metendo-se logo nos lemites de S. Pedro de Sá, também ahi cobre algumas poucas terras que ficam entre a levada e as margens do rio e entra finalmente nesta freguezia de Villela, sendo as terras e parte da igreja as primeiras que rega e dahi correndo por sima de toda a veiga, não só cobre ou rega a maior parte mas ainda muitos campos separados della; a segunda sahe dentro do destricto da mesma freguezia no sitio da sua ponte, que cobre quazi a metade da veiga que fica entre a levada e o rio e ainda em os annos mais secos os moradores se não aproveitam de noute de suas agoas, deixando-as correr para o rio, porque a sua abundancia os despensa deste trabalho, isto hé, que regando só de dia fertelizam seus campos e regam seus fructos abundantemente; tem além destas duas levadas varias fontes, que tendo sua origem nas descidas do monte dos Penedos, que lhe fica eminente, com o beneficio de as imprezar de noute, regam de dia todas as terras que ficam por sima das suas levadas, com o que ainda nos annos mais secos e estereis de agoa, nunca esta freguezia experimenta grande falta della para sazonar seus fructos, antes nos annos medianamente secos os dão suas terras em maior abundancia o que fez nascer o proverbio comum neste termo: anno [Villela] fonte da terra. Os fructos dominantes são, milho grosso e vinho, deste colherão seus moradores hum anno por outro 250 pipas, as sepas que fructificam este licor mais ordinariamente chamam-se neste termo de arjão, não pella especialidade de suas uvas, mas pello modo de seus grangeio em differença do de sepa redonda, tem cada sepa de alto de dois athé sinco ou seis palmos e deixando-lhe na poda huma ou mais varas mais ou menos compridas, conforme a valentia ou fraqueza da sepa, se contam as uvas estendidamente a huns paos que para este effeito se espetam no chão, também há algumas arvores a que se acostam vides, cuja qualidade de vinho chamam de inforcado. De milho grosso colherão seus moradores de oito athé nove mil alqueires, de 700 athé 800 de centeio, de 400 athé 500 de trigo, poderá valer o linho hum anno por outro duzentos mil réis, produz toda a qualidade de fructas, tem poucas lenhas para queimar ainda que em grande numero as devezas de carvalhos, tentação ordinaria da gente do Minho e mais particularmente neste termo que lhe levam huma grande parte do seu cuidado para lhe cortarem a rama em ordem a servir a cultura das vinhas. A igreja parochial está no sitio mais a Norte de cada freguezia, 200 passos comuns distante do rio e da sua ponte. A rezidencia do parocho está contigua da parte do Norte ao adro a quem serve de muro e devizam da parte do Sul, Nascente e Poente, a da vinha da igreja. Bem quizera eu deixar de falar no material dela, pois hé desconsollação para hum parocho dever confessar e affirmar com juramento que a sua igreja hé huma das menos decentes de todo o termo, assim pela pequenês e estructura do edificio, como por tudo o mais, mas brevemente se há-de reedificar toda de novo a fundamentis. Tem três altares, no maior está o Divinissimo Sacramento e a imagem da Immaculada Conceição e o Menino Jesus, no coletral da parte da Epistola estão as imagens de Santo Antonio e São Sebastião, no da parte do Evangelho a de Nossa Senhora do Rozario. Está este beneficio pella Mitra há mais de 350 annos, sendo provida em acto de concursso muitas vezes e renunciada como padroado eccleziastico outras tantas, no anno de 1745 por morte do bacharel Manoel Cardozo da Silva, abbade que delle foi, a mandou por concursso o senhor Dom Jozé, Arcebispo Primaz e concorrendo ao exame sinodal quarenta e três oppozitores, tive eu a honra de ser também examinado naquelle concursso com muitos que me podiam ensinar, ficamos, não obstante, três com preferencia a todos os mais e attendendo o senhor D. Jozé, o ter eu já sido eleito em concursso duas vezes parocho, foi servido eleger-me entre os três para abbade desta freguezia, mas o que então pareceo felicidade, me mostrou pouco depois [tempo], que a força do meu destino com este provimento me punha em novos e maiores travalhos e inquietações, que não tinha tido nos primeiros dois, isto hé, no de S. Thiago de Ronfe e Santa Mariade Ferreiros thé [acazo]. Acharam os religiozos de S. Bernardo do mosteiro de Fiaens, huma aprezentação desta igreja passada com effeito pelo reverendo Dom abbade deste concurso no anno de 1403 e entraram a demandar ao Rei como donatarios da Coroa, sem nunca mostrar doação dela. Houveram não obstante no mesmo juizo da Coroa sentença contra a Mitra, não na propriedade mas no possessorio, está de prezente a cauza pendente, huns embargos e eu empenhadissimo em o custo da bula, demanda jornadas e asistencia de annos em Lisboa. Largo campo se me abria para dizer aqui […], porém para que hei-de fazer hum grande arezoado exclamatorio em materia que importa pouco para as memorias que se pedem. Hé padroeira desta igreja Nossa Senhora da Conceição, sendo tradição nesta freguezia que antigamente o fora S. Carlos. Eu o não tenho lido em papéis modernos, nem antigos, mas junto à igreja há hum campo foreiro a ella chamado ainda hoje de S. Carlos, adonde também hé tradição estivera a igreja antes de se mudar para o sitio em que hoje está. Há duas irmandades, huma do Santissimo Sacramento, outra de S. Gonçalo, esta tem muitos irmãos das freguezias circunvezinhas, há administrada pella freguezia e está situada no lugar do […] com a invocação do mesmo Santo, hé da mesma admenistração da freguezia a de Santa Luzia, isto hé, a sua capella, sita junto à ponte fora do lugar que são as duas unicas ermidas do destricto desta parochia. Renderam os fructos deste beneficio hum anno por outro trezentos mil réis. Consta de noventa vezinhos, entre cazados, veuvos e solteiros e neste prezente anno de 1758 tem 282 pessoas de sacramento. Há dez annos, isto hé, des o primeiro dia de Maio de 1748 athé outro tal dia deste prezente anno de 1758, bantezaram-se nesta igreja 90 creaturas de que foram 47 meninos e meninas 43, morreram 82 pessoas entre homens e mulheres, maiores e menores. De todo o termo dos Arcos, parece ser esta freguezia e suas vezinhas o mais saudavel, porque conheci o reverendo Domingos de Sá Sotto Maior, abbade de Santo Estevão de Aboim, que morreo no anno de 1744 com 60 annos de abbade e o reverendo Gaspar Machado, abbade de São Cosme e Damião, que morreo no anno de [1755] com 51 annos de abbade. Prezentemente vive o reverendo João de Souza e Miranda, abbade de Cabreiro, com 46 annos de abbade, o reverendo Antonio de Amorim Pacheco, abbade do Salvador de Sabadim, com 52 annos de abbade, o reverendo João Ferreira, vigario de São Miguel de Loureda, com 48 de vigario, finalmente o reverendo Francisco de Araujo e Azevedo, vigario de S. Pedro de Sá com 70 annos completos de vigario, que tendo 96 de idade, logra ainda hoje huma saude tão perfeita que cura noutra freguezia sem coadujtor, ajuda os parochos vezinhos no tempo da Quaresma e jubeleos pello anno no confessionario, adonde o tenho visto […] manhans e tardes inteiras. Hé contado em todos os officios nesta freguezia e na de Cabreiro, Loureda e Alvora, distando esta ultima igreja de sua rezidencia pella volta que se dá para buscar a ponte, três quartos de legoa e a todas estas igrejas vai a pé. Foi crismado e despachado para as primeiras ordens pello senhor Dom Verissimo de Lencastro, ainda que as não tomou com elle. Dá huma noticia tão clara e individual das familias, nomes de pessoas defuntas e sussessos antigos que prezensiou ou sucederam em seu tempo que mais parece hum coronica escripta, há 70 ou 80 annos, do que a voz da curta […] que ordinariamente vivem os homens. Unicamente há na sua freguezia quatro pessoas que elle não bautizou e todas as mais nasceram no seu tempo. Sempre observou a seguinte regra de viver, levanta-se muito sedo e primeiro que tudo reza o officio Divino athé Noa e immediatamente depois vai dizer missa e se hé Inverno e tem de hir para fora da freguezia come huma tigela de vinho quente com mel e manteiga e o mais que em sua caza tem como quem janta, se hé Verão não uza do vinho quente mas nunca sahe sem jantar, quando não vai para fora da freguezia janta pellas nove horas o mais tarde, raras vezes dorme de dia ainda de Verão, estando o dia sereno sahe todas as tardes a fazer exercicio e recolhendo-se sedo acaba de rezar, em todo o tempo do anno seja dia e sendo noute esta já na cama. Fora das horas de comer nunca bebe, nem agoa, nem vinho e se alguma vez tem sede, traz sempre consigo huns caroços de ameixas que mete na boca com que diz a metiga. Hé muito verdadeiro e fiel em suas promessas, caritativo com os pobres, affavel com todos, muito sofrido e tão manso que já mais o viram irritado, nem se sabe que em tão largo sequito de annos tivese nunca rezoens pezadas ou ainda leves com pessoa alguma, como também que tivesse a menor liviandade em o vicio vergonhozo. Tem esta freguezia doze moinhos de pão, que moem os mais deles todo anno. Há mais no seu destricto huma ponte de cantaria formada em dois arcos, hé o da parte do Sul o maior e por donde passa a maior força de agoa do mencionado rio Vez. Não acho memoria do tempo em que foi feito, hé tradição porém que os pedreiros que a fizeram prometeram a Deos de fazer huma capella em louvor de São Bento e Santa Luzia, junto à mesma ponte, se fecharem os arcos com bom sucesso e acabaram a obra sem perigo, cuja capella se acha hoje reedificada a fundamentis e della já fiz menção pellas memorias. Mas se hé licito conjecturar em materias adonde faltam as evidencias, não será sem alguma rezão dizer que esta ponte hé mais antiga ainda que a de Cabreiro. Aqui pois não posso deixar de escrever o que sinto a respeito de quem a fez ou mandou fazer e do tempo em que foi feita, para sobre estes fundamentos formar a minha conjectura pello que toca à antiquidade da ponte desta freguezia. Tem sido, pello que me consta, muitos os curiozos que em diversos tempos foram ao sitio da ponte de Cabreiro para darem inteligencia à inscripção que asima copiei, assim o afirma ainda hoje o reverendo João de Souza e Miranda, que tendo 40 annos de abbade naquella freguezia prezenciou fazer-se muitas vezes a deligencia sem nenhum officio. Antes assentaram alguns dos curiozos que a inscripção era em lingua muito diverssa da Portugueza e este errado juizo que fizeram pode ser o desanima-se para não fazerem mais vagarozo exame naquelles caracteres, que por não terem separação nas diçõens metem confusão e por isto não conseguiram seu designio. Diz a inscripção: Esta ponte fez o abbade de Cabreiro Affonso Anes, criado de Leonel de Lima e de Dona Felipa da Cunha e foi companheiro Frei Pedro de Lanedo, Freire de São Domingo de Tui. A pedra da primeira fiada em que se acham estes caracteres [grav.] fala a meu parecer da era em que foi feita esta ponte, confesso que pellos ditos caracteres não posso ver no conhecimento do anno em que fala, porque querendo dizer a primeira letra [A] Era, e as duas seguintes OP, de, os ultimos caracteres [grav.] me são totalmente desconhecidos, mas como na inscripção se fala em Frei Pedro de Lanedo, frade de S. Domingos de Tui, daqui conjecturo pouco mais ou menos os annos em que esta ponte foi feita. Foi Frei Pedro de Lanedo companheiro de S. Frei Pedro Gonçalves e vivia já religiozo pellos annos de 1246, reinando em Portugal D. Affonso 3º e probavelmente seria hum dos companheiros do Santo na fundação de S. Domingos de Tui, porque o foi depois nas missoens que fez nestas terras de Valle de Vez, em cujo tempo hé verosimel asestiria Frei Pedro de Lanedo à factura da ponte de Cabreiro com o abbade que então era daquella nesta freguezia Affonso Anes. Quem fizer refleção há-de achar que nos primeiros tempos tinham os religiozos de S. Domingos em beneficio dos povos hum parti-cular cuidado na factura das pontes. Duas se sabe fez S. Frei Pedro Gonçalves, a de Riba d’Avia e outra mais de que me não lembro, ambas no Reino de Galiza e neste Reino a de Amarante, S. Gonçalo e Frei Pedro de Lanedo a de Cabreiro e hé mui natural conjecturar que aplicando-se este religiozo a obra da ponte de Cabreiro acharia já feita a ponte de Villela tanto porque neste sitio vindo já os dois braços do mencionado rio juntos, havia maior necessidade della, como porque a passage da ponte de Villela em todo o tempo devia ser mais frequente, como sem comparação hoje hé pella situação em que se acha a respeito dos povos e viageiros que fazem jornada para toda a Beira Minho e Reino de Galiza. Bem sei me poderão dizer que como na inscripção da ponte de Cabreiro se faz menção o abbade Affonso Annes a fizera, este a podia fazer na sua freguezia em beneficio de seus freguezes com o seu dinheiro, sem haver respeito à maior necessidade da ponte de Villela, mas também se pode conjecturar que a inscripção da ponte de Villela se faria a de Cabreiro adonde a necessidade não era tanta e que hum relligiozo occupado nestas obras pias, não deixaria de socorrer primeiro a maior necessidade quando a houvesse por acudir a outra menor, sendo as passagens no mesmo rio. Se de prezente muito me deveria na materia me não occupasse a penna e sobre tudo hoje não tivesse avizo do Muito Reverendo Senhor Vigario Geral desta comarca para no termo de dois dias entregar este papel, profundaria mais estas niticias, dando-as de Lionel de Lima e de D. Felipa da Cunha, de quem confeça ser criado o abbade Affonso Annes, por agora bastará dizer, foram estes dois sogeitos ascendentes dos Biscondes de Villa Nova de Serveira que hoje são. Diria também os fundamentos que tenho para affirmar que a igreja de Cabreiro esteve em outro sitio muito distante do que hoje está e que foi dos Templarios, conservando-se ainda na freguezia de Sistelo anexa de Cabreiro, então unida, huma cappela antiga de invocação de S. João em que não só há tradição ser de Templarios, mas pello que me dizem, conhecidos monumentos destes relligiozos. E que poucos annos depois da extinção dos Templarios, isto hé no anno de 1309, se mudou a igreja de Cabreiro para donde hoje se acha, como consta de huma inscripção que está em huma pedra da porta travessa da parte do Sul na forma seguinte: EMCCCVIIII. Depois destas letras continua hum letreiro grande na lingua Latina, mas pella corrupção de algumas pedras não se pode formar conceito do que mais diz, ainda que se leam algumas diçoens. Diria finalmente as noticias que tenho alcançado da fundaçoens e doaçoens de varios beneficios deste termo, mudanças que tem havido nos padroados das familias illustres, sogeitos asignalados, trasladaçoens de templos, reedificaçons, etcª, mas o tempo que se nos permite para responder apenas basta para huma simples memoria, limitada sem duvida para huma ampla relação em que se necessita averiguar com a sinceridade e deligencia que requer huma fiel noticia, mil duvidas que se offerecem sem o que seria falar superficialmente. Não duvido que muitos parochos deste Arcebispado tem toda a capacidade que se requer para profundarem as suas noticias e da-las com toda a clareza e fundamento, mas hé necessario também que tenham a curiozidade e paciencia de as averiguar quando radicalmente for possivel e que façam honrra de as darem como devem, sem poupar travalho. A meu ver seria mais asertado elleger em cada termo dois parochos de capacidade para fazerem huma ampla relação, profundando quando lhes fosse possivel as antiguidades das suas destrebuiçoens e mais couzas notaveis que se pedem nos enterrogatorios, porque de outra sorte não pode deixar de haver muitas incoherencias e huma grande confusão sem se poder averiguar quem fala com mais fidelidade. No pouco tempo que pude furtar aos meus estudos deliniei toscamente huma carta ou mapa particular deste termo, cuido que exacto para o senhor academico ou quem busca estas memorias, ter prezente as situaçoens das freguezias e librar-se de algum embaraço, em que o podem lançar as noticias dos que escreverem com menos consideração, ainda a respeito dos dois rios Vez e Lima e regatos que nelles entram. Quis pô-lo em limpo, porém como me obrigam com huma suspensão, ainda que homtem se acabaram os dois mezes do termo, vai o borrão e quando se julgue este meu travalho desnecessario, nunca me podem culpar a minha boa intenção, como também as que tive em falar ligeiramente em todo o termo. Sei muito bem que o reverendo abbade da villa dos Arcos, Miguel de Souza a quem pertencem as noticias gerais as há-de dar mui amplas, veridicas e claras, mas em todas as pinturas devem haver sombras para sahirem melhor os claros e nellas suposição continuo como fugindo à suspensão. Pella parte do Nascente banha o rio Vez dês o seu nascimento as freguezias seguintes, Sistelo, Cabreiro, S. Pedro de Sá, Villela, S. Cosme, Gondoriz, Coutto, Azere, Giela, S. Paio da villa dos Arcos, Passô; da parte do Poente, Loureda, Alvora, Aboim, Sabadim, S. Eulalia de Rio de Moinhos, Aguiã, Prozelo, Parada, Villa dos Arcos, Guilhadezes, Santar, Souto e entre estas freguezias e a de Passô se mete o rio Vez no Lima, adonde perde o nome. Pella mesma parte do Poente banha o Lima as seguintes freguezias do termo, Souto, Tavora, Padreiro, Sendufe, Magdalena de Jolda, S. Paio de Jolda e daqui para baixo hé o Lima navegavel, isto hé, capaz de navegarem barcos carregados de pipas de vinho e outros viveres que actualmente levam e trazem. Tem o rio Vez o seu curso dês o seu nascimento athé esta freguezia de Villela, como de Nascente a Poente e daqui para baixo athé se meter no Lima, de Nortea Sul. Logo no seu nascimento cria trutas, sendo as melhores as que se pescam athé o sitio de Porto Cornedo, por vir sempre o rio entre penedos, circunstancia dizem os naturais que as faz mais duras e gostozas. Nos annos em que pella Primavera há enchentes dá lampreias, ainda que mais tarde que nos dois rios, Minho e Lima, como sucede neste prezente anno de 1758 no mês de Maio em que escrevo estas memorias, cria também escalos, muita boga e algumas enguias. São as pescarias libres, se bem que em algumas reprezas de pessoas particulares se costuma goardar huma especia de respeito aos senhores dellas, como hé em huma que está nos limites desta freguezia de Villela que hé de Simão Antonio da Rocha e Brito, senhor da Torre e caza de Aguiã, alcaide mor do castelo de Aboim da Nobrega e villa da Barca, sogeito que se faz acredor de toda a attenção pella grande docilidade do seu genio, generozidade do seu animo, bondade da sua pessoa e grandes serviços de seus avós. Seja-me permitido copiar aqui huma carta que a Rainha da Grã Bretanha escreveu a Simão da Rocha de Britto, avô de Simão Antonio da Rocha. Sobre escrito «Pella Rainha a Simão da Rocha e Britto, comissario geral da Cavalaria da Provincia do Minho. Simão da Rocha de Brito, eu a Rainha da Grã Bretanha, Infante de Portugal, como Regente destes Reinos e senhorios de Portugal no impedimento do Senhor Rei D. Pedro, meu irmão, vos invio muito saudar. Sendo-me prezente o valor com que vos houvesse no encontro que tiveste com o inimigo, junto ao lugar das Fontes, derrotando-o e pondo-o em fugida fazendo-lhe prezioneiros alguns officiais e soldados, fui servida mandar-vos agradecer o bem que obraste e espero continueis com o mesmo valor nas occazioens que se offerecerem e que vos fareis digno da honra e mercê que dezejo fazer-vos. Escripta em Lixboa aos 28 de Fevereiro de 1705. Rainha». Serve-se, não só esta freguezia, mas todo o termo dos Arcos do correio da villa da Barca, distante daqui duas legoas. Ouvem-se da rezidencia desta beneficio 16 sinos de igrejas parrochiais. Estão-se vendo as freguezias seguintes, para o Norte Nossa Senhora do Estremo, Portela, Alvora, Loureda, para o Poente, Padrozo, Eiras, Mei, Aboim, Sabadim, Senhorei, S. Eulalia de Rio de Moinhos, Aguiã, para o Sul S. Cosme, Gondoriz, muitas freguezias do termo da Barca, montes do mesmo termo, etcª, para o Nascente montes da freguezia de Cabreiro e Gondoriz. Como se me não permite mais espera dou por findas estas memorias que na forma da ordem do Muito Reverendo Senhor Doutor Vigario Geral desta comarca de Vallença, conferi com os reverendos Francisco Xavier Machado Ribeiro, abbade de S. Cosme e Damião e João Baptista de Abreu, abbade de Gondoriz, ambos meus vezinhos e por a todos parecer verdade, principalmente no que respeita a sustancia e couzas que fizicamente se podem averiguar, juramos pellas ordens que recebemos. Rezidencia de Villela, 30 de Maio de 1758. O abbade de Villela, Antonio Correia Ribeiro. Abbade de S. Cosme e Damião, Francisco Xavier Ribeiro Machado. O abbade de Santa Eulalia de Gondoriz, Joam Bautista de Abreu.

Referências documentais:
IAN/TT, Memórias Paroquiais, Vol. 41, mem. 335, pp. 2021-2033.
ADVCT, Fundo Paroquial – Livros de Baptismos: 1615/1899; Casamentos: 1615/1899; Óbitos: 1614/1899. – Total de Livros: 13 + 84 cad.
Lugares segundo o Minho Pittoresco (1886/1887): Sobre-Igreja, Vila Nova, Telhado, Sordieiro, Redondo, Quinteiro, Gogido e Costa.

Capela, José Viriato (2005). As Freguesias do Concelho de Arcos de Valdevez nas Memórias Paroquiais de 1758. Arcos de Valdevez: Câmara Municipal.

S. COSME E S. DAMIÃO

Resposta aos interrogatorios pello que respeita a esta freguezia de S. Cosme e Damiao. A freguezia de S. Cosme e Damião vulgarmente chamada S. Cosmade, está na Provincia do Minho, Arcebispado de Braga Primaz, termo da villa dos Arcos de Valle de Vez, commarca de Vallença, secular de Vianna. Hé da collação ordinaria da Mitra de Braga que se prove por concurço. Tem esta freguezia trinta e dois cazados, veuvos desanove, solteiros e solteiras vinte e trinta, de pessoas de confição e comunhão dozentas e doze. Está esta freguezia situada em o Valle de Vez, cujo rio lhe banha huma grande parte de suas terras pello Poente; parte pello Norte com a freguezia de Nossa Senhora da Conceição de Villella e pello Sul com a de Gondoriz, tem pello Nascente hum pequeno monte chamado da Carvoeira que vai continuando com outros athé os lemites e montados das freguezias de Cabreiro, Villella e Sá e Gondoriz, meia legoa distante da igreja e rezidencia donde se estão vendo as freguezias seguintes, Nossa Senhora do Estremo, huma boa legoa distante, Portella, Alvora e Loureda, meia legoa, Villella hum quarto, todas para a parte do Sul, Padrozo huma legoa, Eiras, Mei, Senhorei três quartos, Sabadim, Aboim, S. Thomé de Aguião, S. Eulalia de Rio de Moinhos, Prozelo, meia legoa, todas estas freguezias para a parte do Poente, vê-se mais pera esta parte o alto da serra de Lamas do termo de Coura, vê-se pera o Sul a freguezia de Gondoriz, menos de hum quarto de legoa, a villa dos Arcos e Guilhafonce e Parada, huma legoa, finalmente vê-se athé Portella de Bade que dista três legoas e muitas freguezias do termo da Barca. Não tem termo porque pertence ao da villa dos Arcos, cujo reverendo abbade dará conta dos lugares e freguezias do termo. Está a igreja parochial com a rezidencia de parocho só, sem vezinho contiguo. Tem os logares seguintes, Gices, Remerelhas, Cruz, Fonte, Carvalhas, Mourinha. O orago da freguezia, são os dois gloriozos martires, Cosme e Damião. Tem a igreja três altares, o altar mor adonde está o Santissimo Sacramento com as imagens de S. Cosme e Damião, S. Antonio, S. Bento e o Menino Jesus, todos em vulto, o altar da Senhora do Rozario da parte do Evangelho com a dita imagem da Senhora, o de S. Sebastião da parte da Epistola com a sua imagem e a de Noça Senhora do Carmo. Tem só huma irmandade que hé da Senhora do Rozario. O parocho hé abbade cuja abadia hé da Mitra Primaz. Renderá hum anno por outro, com a sua anexa S. Martinho de Cabana Maior, quatrocentos e cincoenta mil réis de penção que paga satenta mil réis de penção. Não tem beneficiados. 10. Não tem conventos de religiozos ou religiozas. 11. Não tem hospital. 12. Não tem caza de mizericordia. 13. Tem huma só capella particular de que hé adeministrador Antonio Machado desta freguezia, que está só com as cazas e quinta do mesmo, há da invocação de Nossa Senhora do Pillar. 14. Não há romagem alguma. 15. Os frutos que os moradores colhem em maior abundancia hé milho groço e vinho, colhem também algum trigo, centeio, linhos, fructas de espinho e das mais hortalices. 16. Hé sojeita esta freguezia a justiças da villa dos Arcos. 17. Não hé cabeça de concelho, hé membro delle. 18. Não há memoria que aqui floresessem alguns sogeitos em Letras, Virttudes ou Armas. 19. Não tem feira. 20. Serve-se do correio da Barca, legoa e meia grande distante, chega na Segunda Feira à noite e parte na Quarta ao meio dia. 21. Dista da cidade capital do Arcebispado de Braga seis legoas e meia e de Lisboa capital do Reino sessenta e quatro legoas. Não me consta tenha privilegios particulares ou outros dignos de memoria. Tem perto da igreja huma fonte chamada de S. Cosme adonde pello descurso do anno concorrem varias pessoas a beber daquella agoa e a lavar meninos, para todos sararemde suas infirmidades com a fé nos Santos martires o que muitas vezes conseguem por sua intercessão. Não hé porto de mar. Não hé terra murada. Não padeceo ruinha alguma no Terremoto do anno de 1755 só com o moto (sic, por Terramoto) se viraram as cruzes do frontespicio para o Sul. Não tenho mais nada que dizer aqui. Das serras: No destricto desta freguezia não se pode dizer que há serra que se faça menção, porque suposto pella parte do Nacente tem meia legoa de montado, pouco mais ou menos e alguns cabeços de montes, tudo hé de pouca concideração e só dahi para cimacomeça huma serra aspericima, adonde está o selebre Outeiro Maior e outros muitos montes dezertos, habitados de lobos, rapozas, corssas e outros bichos bravos, mas todos estes montes pertencem a destrictos de diverssas freguezias de que seus reverendos parochos ham de fazer memoria. Há contudo nos poucos montados desta freguezia perdizes, coelhos e lebres, produzem tojo, algumas arbores, carvalhos, pinheiros e algum castinheiro e nada mais. Do rio: Pella parte do Poente banha o rio Vez muitas terras desta freguezia, nace no monte do Cascado, destricto de Cabreiro distante desta freguezia três legoas, pouco mais ou menos e morre no Lima na freguezia de Souto, duas legoas abaixo. Nesta freguezia entra nelle hum pequeno regato chamado o rio dos Cavaleiros, no sitio da Bica, o qual tem seu principio no lugar de Ferreiros, da freguezia de Gondoriz, meia legoa asima. Cria o rio Vez trutas, vogas, escallos e enguioens e alguns annos entram e morrem nelle muitas lampreas conforme a maior ou menor quantidade das cheias, as quais são necessarias para vencerem algumas repreças de moinhos que estão daqui para baixo. Há no destrito desta freguezia no rio Vez cinco moinhos e no rio ou regato dos Cavaleiros quatro moinhos. Corre o rio Vez daqui para baixo de Norte a Sul, não se conhece virtude em suas agoas. Cultivam-se nesta freguezia as suas margens que são sem arboredos. Pesca-se livremente nelle, tudo aquillo que aqui não falo e vem nos interrogatorios assim das serras como dos rios hé porque não tenho que responder e conferindo tudo o que tenho dito com os reverendos Antonio Correia Ribeiro, abbade de Villella e João Baptista de Abreu, abbade de Gondoriz, acharam passara tudo na verdade, que juramos in verbo sacerdotis e asignamos todos, hoje, S. Cosme e Damião, 29 de Abril de 1758 annos. O abbade Francisco Xavier Ribeiro Machado. O abbade de Villela, Antonio Correia Ribeiro. O abbade de Gondoriz, Joam Baptista de Abreu.

Referências documentais:
IAN/TT, Memórias Paroquiais, Vol. 12, mem. 403, pp. 2779-2782.
ADVCT, Fundo Paroquial – Livros de Baptismos: 1579/1890; Casamentos: 1579/1872; Óbitos: 1579/1872. – Total de Livros: 13 + 39 cad.
Lugares segundo o Minho Pittoresco (1886/1887): Gorei, Remerelhos, Mourinha e Carvoeira.

Capela, José Viriato (2005). As Freguesias do Concelho de Arcos de Valdevez nas Memórias Paroquiais de 1758. Arcos de Valdevez: Câmara Municipal.

Freguezia de Sam Pedro de Saã. 1. Está esta freguezia na Provincia do Minho, no Arcebispado de Braga Primaz, commarqua de Valença do Minho, termo da villa dos Arcos de Valdevez, secular de Viana. 2. Hé senhor deste termo e donatario os Biscondes de Villa Nova de Cerveira. 3. Há nesta freguezia foguos inteiros carenta e três e meios fogos vinte e dois que são setenta e sinco vezinhos, pessoas de sacramento cento e oitentta e três, menores vinte e seis. 4. Esta freguezia está situada em hum val costa asima, para o Nacente descobre-se dela a freguezia de Sam Ciprião de Sinharei que dista huma legoa, a freguezia de Sam Salvador de Sabadim que dista meia legoa, Sam Martinho de Mei que dista meia legoa, a freguezia de Santo Estevão d’Aboim das Choças que dista hum coarto de legoa, a freguezia de Santa Comba de Eiras que dista meia legoa, a freguezia de Nossa Senhora das Neves de Padrozo que dista huma legoa, a freguezia de Santa Maria de Alvora que dista meio coarto de legoa, a freguezia de Sam Miguel de Loureda que dista meio coarto de legoa, a freguezia de Sam Salvador de Cabreiro vezinha desta freguezia com pouqua distancia, a freguezia de Santa Maria da Conceição de Villela vezinha desta em pouqua distancia. 5. Esta freguezia não termo seu, pertence à villa dos Arcos de Valdevez, tem coatro lugares, o lugar de Sam Pedro que tem honze vezinhos, tem o lugar de Sá que tem vinte oito vezinhos foguos inteiros e meios foguos, o lugar da Nugueira que tem meios foguos e foguos inteiros vinte, luguar da Carreira que tem sinco vezinhos. 6. A parochia está no lugar de Sam Pedro no mais alto luguar da freguezia, os lugares e seus nomes vão declarados no quinto asima. 7. O orago hé Apostollo Sam Pedro. Tem três altares, o altar maior de Sam Pedro, coletral de Nossa Senhora e Santo Antonio, outro coletral de Sam Sebastião e não tem mais altares e não tem naves. Tem huma confradia de Nossa Senhora e não mais irmandades. 8. O parrocho hé vigario ad nutum, aprezentação dos abbades de Santa Maria de Alvora. Tem de renda hum anno por outro sansenta (sic) mil réis. 9. Não tem beneficiados, nem renda. 10. Não tem conventos, nem de religiozos, nem religiozas. 11. Não tem hospital, nem renda. 12. Não tem caza de miricordia (sic, por misericórdia). 13. Tem huma capela de Sam Marcos que está no principio do lugar da Carreira de que hé administrador Feliciano da Costa e não tem mais capellas, nem ermidas. 14. Não tem romagem em dia algum, nem acode gente. 15. Os fruitos que produz a terra com mais abundancia hé milho, centeio e trigo e feijão e vinho e linho. 16. Não tem juiz ordinario, governa o juiz ordinario da villa dos Arcos e corregedor da comarqua de Vianna, tem camera a villa dos Arcos e não está subjeita a outra terra. 17. Não tem couto, nem hé cabeça de outro concelho. 18. Há memoria que desta freguezia sahio o Doutor de capello Pedro Lopes de Sá, conego doutoral na cidade e Sé de Elvas, hum irmão deste Manoel Rodrigues de Sá capitão de infantaria que de prezente está apoizentado, ouve outro irmão dos mesmos doutor medico e fallecido na freguezia de Sam Juliam de Badim e termo de Valadares e na há memoria de mais homens ilustres, nem em Letras, nem em Armas. 19. Não tem feira em dia algum, nem fraqua (sic, por franca), nem cativa. 20. Não tem correio, serve-se do correio da villa da Barca que desta freguezia duas legoas e chega todas as Segundas Feiras da somana. 21. À cidade de Braga capital dista desta freguezia seis legoas e desta dista Lisboa sincoenta e coatro. 22. Não tem privilegios de antiguidade, nem couzas dignas de memoria. 23. Não tem lagoa, nem fonte de especial calidade. 24. Não tem porto de mar, nem embarcaçois. 25. Nãotem praça, nem muros, nem castelo, nem torre antiga,nem moderna de que haja memoria. 26. Não teve perigo algum no Terremoto de sincoenta e sinco annos. 27. E não há mais nada de que se possa dar memoria nem dentro, nem fora do interrogatorio somente há memoria que antiguamente se fez boa telha nesta freguezia, mas já não há memoria em que tempo se fizesse. 1. Chama-se esta freguezia Sam Pedro de Sá. 2. Tem de comprido meia legoa do Poente para o Nacente, principia nos penedos dos Pombos e finda monte de barcas contentes, tem de largo hum coarto de legoa que principia no mesmo penedo dos Pombos e finda no sitio chamado da Mieira os braços principais della são, o ribeiro de Vilarinho e ribeiro de Dornas. 4. Dentro desta freguezia nam nace rio algum. 5. Nam tem serra, nem villa, nem lugares em serra. 6. Nam tem fontes que tenham propriedade espicial. 7. Nem minas de metal, nem de ouro, nem de prata, nem canteiras. 8. Como não serra, nem tem hervas medicinais, nem frutos, nem povoaçam alguma. 9. Mosteiros, nem igrejas de romagem, nem imagens milagrozas. 10. A calidade do temperamento da terra hé fria, assim dos astros como dos [ ] hé sadia e muito saudavel. 11. Tem criaçam de gados, bacas, bois, cabras, ovelhas, a calidade da caça por ter montes baixos hé de lebres, coelhos, perdizes.12. Nam tem lagoa, nem fojo algum. 13. Enam tem mais couza alguma de que se possa fazer memoria, nem dentro dos interrogatorios, nem fora delles. Rio: 1. Chama-se o rio de Valdevez e nace noslimites da freguezia de Cabreiro. 2. E nasse brando em frias fontes e nos mesmos limites e corre todo o anno. 3. Neste rio se ajunta outro rio que nace nos mesmos limites de Cabreiro e corre pelos limites da freguezia de Sam João de Sistello e se ajunta no sitio que chamam Cornedo. 4. Não hé navegavel, nem andam nelle embarcaçois. 5. Nas suas enchentes hé bastantemente arrebatado, [passadas ellas] corre brando. 6. Corre de Norte para Sul. 7. Cria peixes como são trutas, bogas, escallos, inguias, trutas e boguas são em maior abundancia. 8. As pescarias delle são em todo o anno. 9. As pescarias são libres para o povo e todo o rio hé comum e não hé particullar para alguma pessoa. 10. As suas margens são cultivadas pellos labradores da terra e tem algumasarvores silvestres e outras com fruto como são carvalhos, amieiros, salgueiros, freixos, videira nas mesmas arvores. 11. A agoa deste rio não tem virtude particullar alguma. 12. Este rio conserva o seu nome rio de Valdevez athé se ajuntar com o rio Lima e se ajunta no sitio chamado Poldras de Vez e nunca teve outro nome nem há memoria disso. 13. Ejunto em o rio Lima vão morrer ao mar na villa de Vianna. 14. Não tem cachoeira, nem açudes que lhe impidam o ser navegavel senam a penuriade agoas e extrateza dos sitios antes de varias levadas de tirar agoa de rega para a cultura das terras e moinhos de farinha. 15. Este rio não tem no distrito desta freguezia ponte alguma. Nem de pedra, nem de pao, nem de cantaria. 16. Tem este rio dentro dos limites desta freguezia oitto moinhos de farinha,nam tem lagar de azeite, nem pizons, nem noras, nem outro injenho algum. 17. Nunqua se tirou ouro de suas areias, nem há disso memoria. 18. Os povos uzam de suas agoas para cultivar os campos, sem dipendencia de pessoa alguma. 19. Des o seu principio athé findar no rio Lima tem três legoas, este rio passa pello pé da villa dos Arcos e não tem mais povoação nenhuma. 20. Em não mais este rio couza alguma de propriedade que se possa fazer menção. Nem tem propriedade memorial. Enão tenho mais couza alguma que possa dizer sobre os interrogatorios que conferi com os reverendos João de Souza Miranda, abbade de Cabreiro e Antonio Correia Ribeiro, abade de Santa Maria da Conceição de Villella, parrochos vezinhos immediatos a esta freguezia que todos juramos pellas ordens que recebemos. E nos asignamos em Sam Pedro de Sá,de Maio vinte e seis de mil setecentos e sincoenta e oito annos. O vigario Francisco de Araujo e Azevedo. O abbade Antonio Correa Ribeiro. O abbade João de Souza e Miranda.

Referências documentais:
IAN/TT, Memórias Paroquiais, Vol. 33, memória 2, pp. 15-19.
ADB/UM, Tombo desta igreja, 1548, cx. 244, n.º 9.
ADVCT, Fundo Paroquial – Livros de Baptismos: 1590/1899; Casamentos: 1591/1899; Óbitos: 1590/1899. – Total de Livros: 12 + 75 cad.
Lugares segundo o Minho Pittoresco (1886/1887): S. Pedro ou da Igreja, Sá, Nogueira e Carreira.

Capela, José Viriato (2005). As Freguesias do Concelho de Arcos de Valdevez nas Memórias Paroquiais de 1758. Arcos de Valdevez: Câmara Municipal.

AS TERRAS DO VALDOVÊS (JOSÉ CÂNDIDO GOMES)

A FREGUESIA NO ARQUIVO DISTRITAL DE BRAGA

Vilela (Santa Maria)
Relação dos documentos pertencentes ao fundo da “Mitra Arquiepiscopal de Braga”, série “Registo Geral”, existentes no Arquivo Distrital de Braga / Universidade do Minho (ADB/UM)

CARTA de encomendação para a igreja de Santa Maria de Álvora, a favor do padre Francisco José Franco, da freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Vilela, por tempo de quatro meses. Datas: 1786-01-23 – 1786-01-23. Código de referência: PT/UM-ADB/DIO/MAB/001/0218/049793. Cota: A – 218-178.

DEMISSÓRIA a favor do padre Manuel de Matos, da freguesia de Santa Maria de Vilela das Choças, comarca de Valença, por tempo de três anos. Datas: 1779-05-23 – 1779-05-23. Código de referência: PT/UM-ADB/DIO/MAB/001/0212/048292. Cota: A – 212-126v-127.

DISPENSA matrimonial de António José Fernandes e Rosa Maria. Ele da freguesia de Vilela, Santa Maria, concelho de Arcos de Valdevez. Ela da freguesia de Vilela, Santa Maria, concelho de Arcos de Valdevez. Datas: 1837 – 1837. Código de referência: PT/UM-ADB/DIO/MAB/004/02275. Cota: A – 2275.

DISPENSA matrimonial de Domingos José Duarte e Maria Luísa. Ele da freguesia de Vilela, Santa Maria, concelho de Arcos de Valdevez. Ela da freguesia de Vilela, Santa Maria, concelho de Arcos de Valdevez. Datas: 1849 – 1849. Código de referência: PT/UM-ADB/DIO/MAB/004/05675. Cota: A – 5675.

DISPENSA matrimonial de Francisco Xavier Silva Machado e Emília Alves. Ele da freguesia de São Cosme e São Damião, concelho de Arcos de Valdevez. Ela da freguesia de Vilela, Santa Maria, concelho de Arcos de Valdevez. Datas: 1854 – 1854. Código de referência: PT/UM-ADB/DIO/MAB/004/08098. Cota: A – 8098.

DISPENSA matrimonial de José Bento Pereira Brito e Maria Joaquina. Ele da freguesia de Bico, São João Baptista, concelho de Paredes de Coura. Ela da freguesia de Vilela, Santa Maria, concelho de Arcos de Valdevez. Datas: 1840 – 1840. Código de referência: PT/UM-ADB/DIO/MAB/004/02973. Cota: A – 2973.

DISPENSA matrimonial de José Joaquim Pereira e Rosa Maria. Ele da freguesia de Vilela, Santa Maria, concelho de Arcos de Valdevez. Ela da freguesia de Vilela, Santa Maria, concelho de Arcos de Valdevez. Datas: 1837 – 1837. Código de referência: PT/UM-ADB/DIO/MAB/004/02000. Cota: A – 2000.

INQUIRIÇÃO de genere de Abílio Augusto Galvão. Filiação: António Augusto Galvão e Perpétua Duarte Galvão. Natural e/ou residente em Vilela, Santa Maria, atual concelho de Arcos de Valdevez e distrito de Viana do Castelo. Datas: 1908-08-11 – 1908-08-11. Código de referência: PT/UM-ADB/DIO/MAB/006/13634. Cota: A – 581.

INQUIRIÇÃO de genere de António Franco. Filiação: Manuel Franco e Páscoa Fernandes. Natural e/ou residente em Vilela, Santa Maria, atual concelho de Arcos de Valdevez e distrito de Viana do Castelo. Datas: 1754-10-31 – 1754-10-31. Código de referência: PT/UM-ADB/DIO/MAB/006/07223. Cota: A – 325.

INQUIRIÇÃO de genere de António Joaquim Álvares. Filiação: Teotónio Luís Álvares e Maria Antónia Pereira Caldas. Natural e/ou residente em Vilela, Santa Maria, atual concelho de Arcos de Valdevez e distrito de Viana do Castelo. Datas: 1807-11-20 – 1807-11-20. Código de referência: PT/UM-ADB/DIO/MAB/006/11719. Cota: A – 526.

INQUIRIÇÃO de genere de António José Álvares Rocha. Filiação: Jácome Álvares e Ana Rocha. Natural e/ou residente em Vilela, Santa Maria, atual concelho de Arcos de Valdevez e distrito de Viana do Castelo. Datas: 1778-01-16 – 1778-01-16. Código de referência: PT/UM-ADB/DIO/MAB/006/07952. Cota: A – 364.

INQUIRIÇÃO de genere de António José Caldas. Filiação: António José Caldas e Ângela Teresa Mendes. Natural e/ou residente em Vilela, Santa Maria, atual concelho de Arcos de Valdevez e distrito de Viana do Castelo. Datas: 1822-05-29 – 1822-05-29. Código de referência: PT/UM-ADB/DIO/MAB/006/12209. Cota: A – 543.

INQUIRIÇÃO de genere de António Rodrigues Veloso. Filiação: Gaspar Rodrigues e Catarina Veloso. Natural e/ou residente em Vilela, Santa Maria, atual concelho de Arcos de Valdevez e distrito de Viana do Castelo. Datas: 1710-08-04 – 1710-08-04. Código de referência: PT/UM-ADB/DIO/MAB/006/00913. Cota: A – 40.

INQUIRIÇÃO de genere de António Veloso. Filiação: Francisco Veloso e Maria Gonçalves. Natural e/ou residente em Vilela, Santa Maria, atual concelho de Arcos de Valdevez e distrito de Viana do Castelo. Datas: 1733-11-04 – 1733-11-04. Código de referência: PT/UM-ADB/DIO/MAB/006/06879. Cota: A – 307.

INQUIRIÇÃO de genere de Félix Pereira Castro. Filiação: António Joaquim Pereira Castro e Maria Teresa Brito. Natural e/ou residente em Vilela, Santa Maria, atual concelho de Arcos de Valdevez e distrito de Viana do Castelo. Datas: 1843-08-17 – 1843-08-17. Código de referência: PT/UM-ADB/DIO/MAB/006/30694. Cota: A – 1358.

INQUIRIÇÃO de genere de Francisco Caldas. Filiação: João Caldas e Helena Vaz. Natural e/ou residente em Vilela, Santa Maria, atual concelho de Arcos de Valdevez e distrito de Viana do Castelo. Datas: 1713-12-01 – 1713-12-01. Código de referência: PT/UM-ADB/DIO/MAB/006/28583. Cota: A – 1254.

INQUIRIÇÃO de genere de Francisco José Duarte. Filiação: João Duarte e Ana Lopes. Natural e/ou residente em Vilela, Santa Maria, atual concelho de Arcos de Valdevez e distrito de Viana do Castelo. Datas: 1778-03-31 – 1778-03-31. Código de referência: PT/UM-ADB/DIO/MAB/006/29942. Cota: A – 1325.

INQUIRIÇÃO de genere de Francisco José Franco. Filiação: Manuel Franco e Luísa Rodrigues. Natural e/ou residente em Vilela, Santa Maria, atual concelho de Arcos de Valdevez e distrito de Viana do Castelo. Datas: 1778-02-12 – 1778-02-12. Código de referência: PT/UM-ADB/DIO/MAB/006/08207. Cota: A – 376.

INQUIRIÇÃO de genere de Jacinto Rodrigues. Filiação: Domingos Rodrigues e Isabel Rodrigues. Natural e/ou residente em Vilela, Santa Maria, atual concelho de Arcos de Valdevez e distrito de Viana do Castelo. Datas: 1731-02-16 – 1731-02-16.

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